Também quero ser vaporizada.Desaparecer como se nunca tivesse existido.Conseguem imaginar isso?Sumir.Seus ossos viraram pó.Suas palavras foram perdidas para sempre.Nem os seus pais lembrarão de você.Nada vai restar.Nada. Sabe,até hoje nunca tive um momento de extrema insanidade.Aqueles momentos em que realmente não temos mais perspectivas,em que morremos e depois voltamos.Do inferno ao céu.Do céu ao inferno.Tenho medo do futuro.Não gosto de certas projeções.Quanto mais os anos passam,menos os vejo.Vocês tem a mesma sensação?Nossa,como eles escapam cada dia mais rápido.Parece uma chuva de verão.Começa do nada,devagar,sorrateira até virar uma tempestade,um caos.De repente acalma numa mansidão quase palpável.E some.Morre.Que droga,quero tocá-la!
Não estou falando de assunto algum.Chega de previsões.Escrevo ao leo,sem caminhos,sem rumos,não estou ligando para as regras.Pelo menos aqui. Quero rasgar algo.O tempo passa rápido.Agonia-me muitas vezes.Não sei se faço o certo.Não sei se estou me sabotando.Estou me enganando.Desespero-me por não saber minhas próprias respostas.Até onde vai meu auto-conhecimento?Ah,que engraçado.Nem isso sei.
É senhores,o tempo escorre e não sei nada de mim.
Tenho uma venda em meus olhos.Meu futuro está por trás dela.Debato-me por ter que aceitar,não posso vê-lo!Mas que bela injustiça.É algo à meu respeito,devia saber.Sou cega.Minhas ações estão em um vendaval.Não sei que direção as coisas vieram,mas vieram.Todas embrulhadas em um pacote.Estou com ele na mão e simplesmente não sei.Não sei se tenho isso em meus pensamentos.Não sei se idealizei uma personalidade que não existe em mim.Que,na verdade,nunca há possuí.Minha própria ideologia corrompeu-me?É fácil tangenciar o que queremos.O difícil é olhá-lo de frente e saber que é exatamente aquilo que queremos.
Quero tocá-la.Droga.
Rafa Bernardino