Sentou-se naquele espaço azul.Ali havia de sair uma decisão.Sua face já estava cansada de ser enxugada.As lágrimas insistiam em despencar.
Evitava ao máximo pensar,mas toda vez que o nome passava pela mente,seu estômago agitava de nervoso,os pensamentos voltavam ao desespero.Puxava-se do abismo o tempo inteiro.O tempo inteiro...um tormento.
Maldita hora que resolveu tentar conversar.O silêncio estava a trucidando.Só ouviu o que não queria,as magoas pareciam surgir em escalas avassaladoras.A ferida que ainda estava exposta,fora liquidada.Pisada.A dor foi geral.O tombo foi alto.Pesado.
Lânguida face.Era mesmo um pesadelo.A angústia não passava de nenhuma forma.Sufocava-se.Esquecia de colocar ar em seus pulmões.O sorriso antes tão comum,agora, de todas as formas lhe parecia brutalmente falso.Não possuía felicidade alguma,nenhuma que fosse.A pouca que restara fora esfaqueada com cautela.Só existia incredulidade e um começo de conformismo.
Tempo.Senhor de destinos.Encurralada,teria de colocar a cabeça no lugar.Sabia de maneira clara,que,se tentasse parar e resolver friamente a situação,não haveria volta.No entanto,ainda lhe apetecia um fio de esperança.Em vão,não teria mais o que discutir.Estava tomada a decisão unitária.Era papel dela aceitar.
De qualquer maneira,suas feridas seriam curadas,nem que fossem a costuras.
Diante daquela imensidão azul tomou sua posição.Aceitaria.Calaria.Como era costume em seu feitio.Seria egoísta,pensaria apenas naquilo que a confortaria.
Esqueceria tudo.Não importava o que os outros falassem,aconselhando a não fazê-lo.Podiam chamar do que quisessem.Até mesmo ele poderia prever o que lhe viesse.Era o momento de ser sábia.Era o momento de não se pregar.Sem carne,sem passado.
Sentia-se bem agora.
Rafa Bernardino