sábado, 30 de abril de 2011

Canção da Juventude

''Dizíamos palavras tão secas. Apesar de que, tudo o que queríamos era compartilhar simples sentimentos. O agradável vento que sopra através do hoje, está abandonando as ruínas do ontem. E agora, posso viver ao seu lado sorrindo.
Entretanto, aquele incidente ainda lhe atormenta, não é? E este é o motivo disto ser um adeus.
Assim, tentaremos culpar um ao outro.. Até que nada mais nos reste. Para então percebermos que aquilo era tudo o que tínhamos. A tristeza fluirá por nossos rostos formando um rio de lágrimas. E hesitantes sentimentos se tornarão fortes desejos que se dissolvirão(...)''
Seishun Kyousoukyoku - Sambomaster

quarta-feira, 27 de abril de 2011

''Os aviões voam,as aves também.Os suicidas se matam,os mosquitos mordem.Os padres enchem,os nadadores nadam e os motoristas dirigem.Raul Seixas canta,Zé Ramalho também.E nós?Nós fizemos um pouquinho disso todos os dias,se persarmos bem...''
Nícolas David
(Menos um coma alcoolico)

domingo, 24 de abril de 2011

Sentou-se naquele espaço azul.Ali havia de sair uma decisão.Sua face já estava cansada de ser enxugada.As lágrimas insistiam em despencar.
Evitava ao máximo pensar,mas toda vez que o nome passava pela mente,seu estômago agitava de nervoso,os pensamentos voltavam ao desespero.Puxava-se do abismo o tempo inteiro.O tempo inteiro...um tormento.
Maldita hora que resolveu tentar conversar.O silêncio estava a trucidando.Só ouviu o que não queria,as magoas pareciam surgir em escalas avassaladoras.A ferida que ainda estava exposta,fora liquidada.Pisada.A dor foi geral.O tombo foi alto.Pesado.
Lânguida face.Era mesmo um pesadelo.A angústia não passava de nenhuma forma.Sufocava-se.Esquecia de colocar ar em seus pulmões.O sorriso antes tão comum,agora, de todas as formas lhe parecia brutalmente falso.Não possuía felicidade alguma,nenhuma que fosse.A pouca que restara fora esfaqueada com cautela.Só existia incredulidade e um começo de conformismo.
Tempo.Senhor de destinos.Encurralada,teria de colocar a cabeça no lugar.Sabia de maneira clara,que,se tentasse parar e resolver friamente a situação,não haveria volta.No entanto,ainda lhe apetecia um fio de esperança.Em vão,não teria mais o que discutir.Estava tomada a decisão unitária.Era papel dela aceitar.
De qualquer maneira,suas feridas seriam curadas,nem que fossem a costuras.
Diante daquela imensidão azul tomou sua posição.Aceitaria.Calaria.Como era costume em seu feitio.Seria egoísta,pensaria apenas naquilo que a confortaria.
Esqueceria tudo.Não importava o que os outros falassem,aconselhando a não fazê-lo.Podiam chamar do que quisessem.Até mesmo ele poderia prever o que lhe viesse.Era o momento de ser sábia.Era o momento de não se pregar.Sem carne,sem passado.
Sentia-se bem agora.
Rafa Bernardino

quarta-feira, 20 de abril de 2011

''(...)Talvez esse sítio não exista. Talvez seja eu quem não faz falta. Não sei. Neste momento, tudo é escuridão e procuro uma luz. Em vão? Não sei. Diz-me tu.'' Rafa Bernardino

Oração ao Tempo - Caetano Veloso

''És um senhor tão bonito Quanto a cara do meu filho Tempo tempo tempo tempo Vou te fazer um pedido Tempo tempo tempo tempo... Compositor de destinos Tambor de todos os rítmos Tempo tempo tempo tempo Entro num acordo contigo Tempo tempo tempo tempo.

Por seres tão inventivo E pareceres contínuo Tempo tempo tempo tempo És um dos deuses mais lindos Tempo tempo tempo tempo.

(...)Peço-te o prazer legítimo E o movimento preciso Tempo tempo tempo tempo Quando o tempo for propício Tempo tempo tempo tempo... ''

Rafa Bernardino

terça-feira, 19 de abril de 2011

"(...) O que mais me intriga e dói na nossa morte, como vemos na dos outros, é que nada se perturba com ela na vida normal do mundo. Mesmo que sejas uma personagem histórica, tudo entra de novo na rotina como se nem tivesses existido. O que mais podem fazer-te é tomar nota do acontecimento e recomeçar. Quando morre um teu amigo ou conhecido, a vida continua natural como se quem existisse para morrer fosses só tu. Porque tudo converge para ti, em quem tudo existe, e assim te inquieta a certeza de que o universo morrerá contigo. Mas não morre. Repara no que acontece com a morte dos outros e ficas a saber que o universo se está nas tintas para que morras ou não. E isso é que é incompreensível - morrer tudo com a tua morte e tudo ficar perfeitamente na mesma. Tudo isto tem significado para o teu presente. Mas recua duzentos anos e verás que nada disto tem já significado. " Vergílio Ferreira em 'Escrever'. Blog ''Da Inquietude'' - Pedro Rapoula.
Rafa Bernardino

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sinto-me tão oca.Sinto-me tão carregada.Tudo. Rafa Bernardino

domingo, 17 de abril de 2011

Minha mente está tão vazia.Não tenho vontade de fazer nada.Quero dormir,mas isso desgasta tanto.Não consigo fechar os olhos sem pensar.Eles estão doendo.Não quero mais remoer,não quero pensar.não quero.Deixe-me viver.Estou agonizando.Não consigo ser a mesma.O que fiz de errado?Por que me abandonou?Tudo se desfez sem cortesia,eu não existo mais.
Nunca estive pior.

Rafa Bernardino

sábado, 2 de abril de 2011

Também quero ser vaporizada.Desaparecer como se nunca tivesse existido.Conseguem imaginar isso?Sumir.Seus ossos viraram pó.Suas palavras foram perdidas para sempre.Nem os seus pais lembrarão de você.Nada vai restar.Nada. Sabe,até hoje nunca tive um momento de extrema insanidade.Aqueles momentos em que realmente não temos mais perspectivas,em que morremos e depois voltamos.Do inferno ao céu.Do céu ao inferno.Tenho medo do futuro.Não gosto de certas projeções.Quanto mais os anos passam,menos os vejo.Vocês tem a mesma sensação?Nossa,como eles escapam cada dia mais rápido.Parece uma chuva de verão.Começa do nada,devagar,sorrateira até virar uma tempestade,um caos.De repente acalma numa mansidão quase palpável.E some.Morre.Que droga,quero tocá-la!
Não estou falando de assunto algum.Chega de previsões.Escrevo ao leo,sem caminhos,sem rumos,não estou ligando para as regras.Pelo menos aqui. Quero rasgar algo.O tempo passa rápido.Agonia-me muitas vezes.Não sei se faço o certo.Não sei se estou me sabotando.Estou me enganando.Desespero-me por não saber minhas próprias respostas.Até onde vai meu auto-conhecimento?Ah,que engraçado.Nem isso sei.
É senhores,o tempo escorre e não sei nada de mim.
Tenho uma venda em meus olhos.Meu futuro está por trás dela.Debato-me por ter que aceitar,não posso vê-lo!Mas que bela injustiça.É algo à meu respeito,devia saber.Sou cega.Minhas ações estão em um vendaval.Não sei que direção as coisas vieram,mas vieram.Todas embrulhadas em um pacote.Estou com ele na mão e simplesmente não sei.Não sei se tenho isso em meus pensamentos.Não sei se idealizei uma personalidade que não existe em mim.Que,na verdade,nunca há possuí.Minha própria ideologia corrompeu-me?É fácil tangenciar o que queremos.O difícil é olhá-lo de frente e saber que é exatamente aquilo que queremos.
Quero tocá-la.Droga.
Rafa Bernardino